segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Irã diz que não fechará rota de petróleo do estreito de Ormuz

Atualizado em  2 de janeiro, 2012 - 22:15 (Brasília) 00:15 GMT
Míssel é lançado da costa de Omã durante exercícios militares iranianos. | Foto: AP
Durante dez dias a Marinha iraniana testou diversos tipos de armamentos em Ormuz
O Irã voltou atrás na ameaça de interromper o tráfego no estreito de Ormuz, que havia sido feita na última semana.
O estreito é uma importante rota marítima do petróleo que vai do Golfo Pérsico para os países ocidentais.
Um alto oficial da Marinha iraniana, almirante Mahmoud Mousavi, afirmou nesta segunda-feira que o Irã não pretende fechar o estreito.
Seu comentário aconteceu no último dia de uma série de exercícios militares navais do país no local, durante os quais o Irã testou diversos mísseis de médio e longo alcance.
A ameaça à rota marítima foi feita após o anúncio de novas sanções dos Estados Unidos ao sistema financeiro do Irã na última semana.
O governo disse que impediria a passagem de navios petroleiros pelo estreito caso os países ocidentais impusesse sanções à exportação do petróleo iraniano.

Demonstração de força

No início desta segunda-feira, o Irã anunciou ter testado com sucesso um míssil de cruzeiro terra-mar de longo alcance no estreito de Ormuz, após dez dias de manobras militares.
O míssil Ghader foi construído por especialistas iranianos e teria um alcance de 200 km, suficiente para atingir alvos no Golfo.
A manobra é vista como uma demonstração de força do país, já que indica que ele poderia atingir bases americanas e israelenses.
No domingo, o Irã também testou mísseis de médio alcance, segundo a mídia estatal.
Os exercícios militares acontecem em um momento de grandes tensões entre o Ocidente e o Irã por causa de suas ambições nucleares.
Teerã reagiu com raiva a relatos de que as nações ocidentais estavam planejando impor novas sanções aos setores financeiro e petrolífero do Irã.
Militares iranianos celebram lançamento de míssil no dia 1º de janeiro. | Foto: AP
As ameaças de fechamento do estreito foram suavizadas por altos oficiais militares
Na última terça-feira, o vice-presidente iraniano Mohammad Reza Rahimi ameaçou fechar o estreito de Ormuz, na costa sul do país, que é o canal por onde passa cerca de 20% do petróleo do mundo.
Mas nesta segunda-feira, Teerã disse que "simulações" de um fechamento do estreito foram feitas pelos militares, mas que não havia intenção de fechá-lo.
"Não foi dada nenhuma ordem para o fechamento do estreito de Ormuz. Mas estamos preparados para diversas situações", disse o chefe da Marinha Habibollah Sayyiari, citado pela TV estatal.
O correspondente da BBC em Teerã, James Reynolds, diz que Irã está usando os exercícios para tentar mostrar que comanda o Golfo e que tem capacidade militar de defender-se de qualquer ameaça a sua dominação.
Reynolds diz ainda que o país não pode bloquear suas próprias exportações de petróleo. "O Irã tira metade da sua renda da exportação de petróleo cru e o alto preço do combustível mantém o governo iraniano com dinheiro e pode."
Os Estados Unidos e seus aliados acreditam que o Irã está tentando desenvolver armas nucleares - uma acusação que o país nega.
Teerã insiste que seu programa nuclear é atende somente a propósitos pacíficos e que precisa de tecnologia nuclear para suprir sua demanda interna de eletricidade.

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