terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Juiz Baltasar Garzón é aplaudido no início de seu julgamento

Baltasar Garzón sorri para os fotógrafos ao chegar na Suprema Corte de Madri; o juiz responde por abuso de poder  . Foto: AFP
Baltasar Garzón sorri para os fotógrafos ao chegar na Suprema Corte de Madri; o juiz responde por abuso de poder
Foto: AFP

O julgamento do juiz Baltasar Garzón por ordenar escutas entre suspeitos de corrupção que estavam detidos e os seus advogados, que começou na manhã desta terça-feira na Suprema Corte da Espanha, foi suspenso para a parte da tarde, quando o réu será interrogado.
A sessão começou em meio a uma grande expectativa e com os aplausos de seus defensores, que denunciam uma perseguição política ao juiz espanhol.
Garzón é acusado dos delitos de prevaricação e violação das garantias constitucionais por ordenar a gravação de conversas entre advogados e vários acusados do "caso Gürtel", que envolve altos cargos do governante Partido Popular (PP).
Logo no início do julgamento, o advogado de Garzón, Francisco Baena Bocanegra, voltou a pedir a troca de dois dos magistrados que o julgam, assim como que se dê Garzón a possibilidade de recorrer no caso de uma eventual condenação, algo negado aos réus da Corte Suprema, que já é a mais alta instância. A defesa também pediu que ocorra uma audição das gravações realizada na prisão por ordem de Garzón.
Após uma hora de recesso, foi anunciada a rejeição à troca dos dois juízes, enquanto foi admitido que se escutem "a portas fechadas" algumas das gravações. O presidente do tribunal anunciou que o julgamento será retomado ainda nesta tarde com o interrogatório de Baltasar Garzón.
O juiz Garzón ficou conhecido internacionalmente em 1998 ao ditar uma ordem de detenção contra o agora falecido ditador chileno Augusto Pinochet.
Garzón foi suspenso de suas funções em maio de 2010 e a partir do próximo dia 24 será julgado em outro processo, desta vez acusado de prevaricação por ter tentado investigar crimes do franquismo.
O caso Gürtel investiga uma trama corrupta, liderada pelo empresário Francisco Correa, que supostamente criou um conglomerado de empresas para receber fundos públicos mediante o suborno a funcionários e autoridades das regiões de Madri e Valência, ambas governadas pelo PP.

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