domingo, 8 de janeiro de 2012

Sindicatos mantêm greve geral na Nigéria contra alta da gasolina

Governo decidiu retirar os subsídios à gasolina.
Preço passou de R$ 0,75 por litro para R$ 1,63 e R$ 2,3.

Da Agência EFE
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Os sindicatos da Nigéria anunciaram neste domingo (8) que irão manter a convocação de greve geral para segunda-feira contra a alta de preços da gasolina, apesar do pedido de conciliação do presidente do país, Goodluck Jonathan.
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Nigerianos durante protesto na quinta-feira contra a alta do preço dos combustíveis. (Foto: Sunday Alamba/AP)Nigerianos durante protesto na quinta-feira contra a alta do preço dos combustíveis. (Foto: Sunday Alamba/AP)
As duas principais centrais sindicais, o Congresso Nigeriano do Trabalho (NLC) e o Congresso de Sindicatos (TUC), que convocaram a greve, expressaram em comunicado que o discurso de sábado do presidente, transmitido pela televisão, não vai impedir as mobilizações.
Goodluck Jonathan defendeu a decisão de seu governo de retirar os subsídios à gasolina, que fizeram subir o preço do combustível de 65 nairas (R$ 0,75) por litro para 141 e 200 nairas (R$ 1,63 e R$ 2,3).
"O movimento sindical, em nome da população nigeriana, declara que a mensagem do presidente não vai mudar absolutamente nada e, portanto, a greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, as manifestações e protestos continuam de pé", afirmaram os sindicatos em seu comunicado.
"Os nigerianos não podem assumir esses preços da gasolina e a hiperinflação que essa medida gerou. O presidente Jonathan desperdiçou ontem sua oportunidade", acrescentou a plataforma de sindicatos.
Em seu discurso, transmitido pelas emissoras de televisão nigerianas, Jonathan pediu compreensão aos cidadãos em relação às medidas de ajuste, que incluem a redução de 25% no salário-base dos servidores públicos e cortes de outros gastos estatais, além da retirada dos subsídios aos combustíveis.
"Só temos duas opções: ou desregulamos o setor dos combustíveis para sobrevivermos economicamente, ou mantemos os subsídios, que continuarão dificultando nosso crescimento, e assumimos as consequências", advertiu o presidente.
"A liberalização deste setor era uma medida necessária que tínhamos de tomar. Deveríamos continuar da mesma maneira e nos expor a sérias consequências econômicas? Não será melhor assumir os momentos difíceis iniciais para obter mais lucros depois?", indagou-se Jonathan.
"Quero garantir a todos os nigerianos que, seja qual for o sofrimento que enfrentarem agora (pela alta da gasolina), será temporário", acrescentou.
O Parlamento nigeriano, que não faz sessões durante esses dias, se reunirá em caráter de urgência neste domingo para debater a retirada dos subsídios e a convocação da greve.

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