sexta-feira, 17 de agosto de 2012


Polícia investiga acusação de charlatanismo contra pastor da Igreja Mundial, que teria usado imagens de paciente em recuperação indevidamente

Polícia investiga acusação de charlatanismo contra pastor da Igreja Mundial, que teria usado imagens de paciente em recuperação indevidamente
A Igreja Mundial do Poder de Deus é alvo de uma investigação de charlatanismo na cidade de Ribeirão do Pinhal, no Paraná. A polícia local está fazendo um levantamento baseada na denúncia de um jovem que reclama de uso indevido de sua imagem.
Danilo Messias, 24 anos, perdeu os movimentos dos braços e pernas num acidente há seis anos, e recentemente sofreu com uma alergia, diagnosticada por um dermatologista, devido à poeira produzida uma reforma em sua casa.
O médico especialista receitou injeções e pomadas para o tratamento das manchas, e embora a família viesse seguindo as prescrições médicas, um membro da família, fiel da Mundial, sugeriu que Danilo recebesse o pastor da igreja para uma oração.
Ao visitar o rapaz, o pastor – que não teve o nome revelado – teria orado pela recuperação de Danilo e dito que ele se recuperaria da “lebra” e voltaria a ter os movimentos de braços e pernas. Segundo uma testemunha que não pertence à família de Danilo, o pastor teria pedido permissão para tirar fotos do rapaz e levar de lembrança, pois no exercício de seu ministério, muda com frequência de cidade.
De acordo com informações do Portal JNN, na sequência do tratamento médico o rapaz se livrou das manchas, e ao saber da recuperação do rapaz, o pastor teria voltado à residência e pedido para tirar novas fotos.
A reclamação de Danilo e de sua família vem do fato que dias após a segunda visita, fiéis da Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, passaram a distribuir panfletos convidando a população de Ribeirão do Pinhal para uma concentração de fé e milagres no Centro Cultural da cidade. No folheto, supostamente teriam sido usadas fotos das manchas de Danilo antes e depois do tratamento: “Nunca autorizei o uso de minha imagem pela Igreja”, afirmou o rapaz em depoimento ao delegado Tristão Antônio Borborema de Carvalho.
O pai de Danilo, Amadeu Messias, revelou ao delegado que após as visitas do pastor, chegou a frequentar cultos da Igreja Mundial e até colaborou com ofertas, “espontâneas” segundo ele.
O caso está sob investigação e o pastor nega ser o responsável pela distribuição dos panfletos. O delegado Carvalho afirma que “o Código Penal define charlatanismo como ‘inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível’, pena 3 meses a 1 ano de prisão, independente das sanções civis. O caso pode ainda configurar estelionato (artigo 171, caput, do Código Penal), caso alguém tenha depositado ofertas iludido com o pretenso milagre, mas tudo vai depender da produção de provas e que elas sejam confirmadas em juízo”, observou.

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