sábado, 1 de setembro de 2012


Pastor nigeriano afirma que antes de dialogar com grupo islâmico o governo deve exigir o fim da violência contra os cristãos

Pastor nigeriano afirma que antes de dialogar com grupo islâmico o governo deve exigir o fim da violência contra os cristãos
O presidente nacional da Associação Cristã da Nigéria (CAN, sigla em inglês), pastor Ayo Oritsejafor, comentou na última quinta feira sobre a onda de violência imposta no país pela seita extremista islâmica Boko Haram.
O pastor repreendeu o Ministro de Estado das Relações Exteriores da Nigéria, Mohammed Nurudeen, por categorizar o país como nação islâmica, e afirmou que o governo não pode abrir um canal de diálogo com o grupo extremista enquanto os atos de violência contra cristãos não cessar.
- O diálogo faz parte da vida, não chegaremos a lugar algum sem conversarmos. A guerra não pode resolver o problema, por isso deve existir base para negociações pacíficas. Porém, estou um pouco confuso sobre o diálogo que está sendo discutido. Antes que possamos falar em diálogo, tem de haver regras. Pessoas estão morrendo todos os dias, como resultado dos ataques do Boko Haram; mas o governo federal está optando por diálogo somente, isso é muito intrigante para mim – afirmou o pastor em uma declaração à imprensa.
- Boko Haram nunca escondeu suas exigências para que a paz reine na Nigéria. Membros radicais intimaram o presidente cristão Goodluck Jonathan para que renunciasse ou aceitasse o Islã como sua religião. O grupo se baseia em um fundamentalismo religioso que não condiz com a Constituição da Nigéria. A questão não é que alguns são contra o diálogo, mas sim, se houver diálogo com os insurgentes, Boko Haram deve primeiro suspender suas ações de violência. Desde o início, todo o conceito está errado – completou.
Oritsejafor afirmou ainda que é evidente que os radicais acreditam e agem baseados em uma ideologia religiosa extrema, o que torna necessária uma mudança na orientação dos membros do grupo, o que poderia ser feito por líderes árabes que estão pregando e ensinando em várias mesquitas em todo o norte do país.
- Há um problema causado pela ideologia de alguns pregadores que ensinam ideias contra a unidade do país. A situação poderia ser amenizada se líderes relevantes ligassem para os xeques e imames respeitados pelos membros do Boko Haram e lhes pedisse para falar aos extremistas sobre a importância da paz e do progresso da nação – argumentou o pastor.
De acordo com o ministério Portas Abertas, o pastor afirmou ainda que as agências de segurança do país devem trocar informações sobre ameaças e sugeriu que a formação e treinamento dos profissionais para que estes possam combater os terroristas no país.
Oritsejafor se mostrou preocupado também com a afirmação do ministro que considerou a Nigéria como uma nação islâmica, e expressou decepção com a afirmação, dizendo que o ministro deve explicar aos nigerianos a fonte de sua informação.
- Eu não estou falando contra os muçulmanos, mas esses extremistas estão difamando a religião muçulmana, então algo deve ser feito, devem ser estabelecidas condições antes de o governo dialogar com eles – defendeu.

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